Reflexão sobre o Evangelho de João, 30 de março

“Este é o testemunho de João, quando os judeus enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas para lhe perguntar: “Quem és tu?” Ele confessou e não negou; ele confessou: “Eu não sou o Cristo.”  Perguntaram: “Quem és, então? Tu és Elias?” Respondeu: “Não sou”. – “Tu és o profeta?” – “Não”, respondeu ele. Perguntaram-lhe: “Quem és, afinal? Precisamos dar uma resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?” Ele declarou:
“Eu sou a voz de quem clama no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor!’”, conforme disse o profeta Isaías.
João 1, 19-23

Quem és tu?
Ao olharmos para essa pergunta podemos pensar, num primeiro momento, que é fácil responder. Temos um nome, uma nacionalidade, temos uma orientação de gênero, temos uma profissão e assim por diante. A resposta parece meio óbvia. Mas, se aprofundarmos esse pensamento, chegarão as primeiras dúvidas. É isso o que me define? Sou determinado por aspectos externos? Nesse momento podemos sentir que é mais fácil dizer quem não somos. Na esfera do nosso eu, ligado com o nosso ser espiritual, com o nosso ser eterno, não somos definidos pela nacionalidade, por um gênero, ou pela nossa profissão.

Quem és tu?
A resposta só podemos encontrar em nosso íntimo, na solidão da nossa alma. É desse âmbito que vem a confissão de João: “Eu sou a voz de quem clama no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor!’” O ‘eu sou’ do João nos mostra a direção na qual podemos procurar a resposta. Esse ‘eu sou’ do João não vem da consciência do dia a dia, mas da parte do eu que está ligada ao nosso ser espiritual.
Qual é a nossa missão aqui na Terra? Com qual tarefa decidimos vir para cá? A resposta podemos achar na solidão de nosso íntimo. Momentos de silêncio, de recolhimento e de tranquilidade podem nos ajudar nessa busca. Nesses momentos podemos procurar e sentir no nosso íntimo a presença do Cristo que está ligado ao nosso destino, à nossa tarefa na Terra.

Quem és tu?
No caminho da solidão interior podemos cada vez mais chegar a uma resposta e clamar: “Eu sou…!” E assumir a nossa missão aqui na Terra.

Julian Rögge