“E havia enviados dos fariseus. E perguntaram-lhe: “Por que batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?” João respondeu-lhes, dizendo: “Eu batizo na água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias.” Essas coisas aconteceram em Betânia, na margem além do Jordão, onde João batizava.”
João 1, 24 a 28
A atuação de João Batista se nos faz presente nos dias atuais. “Mudem o vosso sentido”, ele pregava. O significado destas palavras: Deem uma volta completa nos sentidos, transicionem.
João realizava o batismo que consistia em mergulhar o adulto na água até próximo do afogamento. Neste momento, a pessoa vislumbrava as misérias da própria alma. Por isso era também chamado: “Batismo da transubstanciação do espírito”
João conduzia os seres humanos à fronteira do reconhecimento da necessidade de mudar os sentidos, a vida da alma. E à vivência da esfera dos planos superiores.
E é de um dos maiores iniciados na evolução da humanidade que ouvimos: “Eu não sou digno de desatar a correia das sandálias”. João reconhece e sente a magnitude do Ser do Cristo.
Como caminhamos enquanto humanidade até agora? Muito temos ouvido nas últimas semanas, verbos recorrentes são: destruímos, negligenciamos, abandonamos, matamos. Ouvimos frases de impacto: “O capitalismo não pode parar, morra quem morrer”. E aos poucos começou a surgir o pensamento de que talvez a situação mundial possa ser transformada em oportunidade para cada um de nós voltar para casa. Para qual casa? Todas elas. As que abandonamos em busca desenfreada pelo mundo afora. Talvez, mais do que nunca seja o momento para darmos uma volta nos sentidos e olharmos as mazelas da alma. Claramente, objetivamente. Despertar o olhar para nós mesmos com olhos renovados. Reconhecer nossa indignidade perante os mundos espirituais. E assumir a parte que nos diz respeito, nossa missão: Receber em nossa pequenez Aquele que vem depois. Permitir que Ele ilumine todos os cômodos de nossa morada interior, até irradiarmos sua luz e criarmos uma humanidade digna em pronunciar: Cristo em nós.
Viviane Trunkle