Reflexão sobre o Evangelho de João, 24 de abril

“Eles diziam à mulher: — ‘Agora não é mais por causa do que você disse que nós cremos, mas porque nós mesmos o ouvimos falar. E sabemos que ele é, de fato, o Salvador do mundo’. Depois de ficar dois dias ali, Jesus foi para a região da Galileia. Pois, como ele mesmo disse: ‘Um profeta não é respeitado na sua própria terra.’ Quando chegou à Galileia, os moradores dali o receberam bem. É que eles tinham ido à Festa da Páscoa, em Jerusalém, e tinham visto tudo o que Jesus havia feito lá.
Jesus voltou a Caná da Galileia, onde havia transformado água em vinho. Estava ali um alto funcionário público que morava em Cafarnaum. Ele tinha em casa um filho doente. Quando ouviu dizer que Jesus tinha vindo da Judeia para a Galileia, foi pedir a ele que fosse a Cafarnaum e curasse o seu filho, que estava morrendo. Jesus disse ao funcionário: — ‘Vocês só creem quando veem grandes milagres!’
Ele respondeu: — ‘Senhor, venha depressa, antes que o meu filho morra!’
— ‘Volte para casa! O seu filho vai viver!’ — disse Jesus.
Ele creu nas palavras de Jesus e foi embora. No caminho encontrou-se com os seus empregados, que disseram: — ‘O seu filho está vivo!’
Então ele perguntou há que horas o filho havia começado a melhorar. Os empregados responderam: — ‘Ontem, a uma da tarde, a febre passou’.

João 4, 42-52

Jesus esteve em Samaria e ficou lá dois dias. Muitos em Samaria acreditavam por causa das palavras que ele estava ensinando. Eles não creram mais por causa do testemunho da mulher, mas sua fé se aprofundou na crença em Jesus porque o ouviram por si mesmos. Agora, Jesus continua sua jornada para a Galileia e uma curiosa declaração é feita: “Um profeta não é respeitado na sua própria terra.” Ele está indo para a Galileia, onde não receberá nenhuma honra. Em Samaria, Jesus desfrutou de grande sucesso, sem oposição e de coração aberto. Agora Jesus retornará ao seu próprio povo, os judeus, e a resposta não será a mesma. Os samaritanos creram por causa do que Jesus disse. Essa crença levou à salvação deles porque eles reconhecem que Jesus é o Salvador do mundo. Eles estão experimentando a fé de mudança de vida que Jesus está pedindo. No entanto, isso não é verdade com seu próprio povo. Eles viram tudo o que ele havia feito em Jerusalém na festa. Eles o estão recebendo por causa dos sinais. Mas Jesus não quer uma crença de espetáculo, mas um novo nascimento. Jesus está tentando gerar uma mudança de vida, um novo nascimento, uma fé transformadora. Os samaritanos desprezados se voltam para Cristo com fé, enquanto a comunidade histórica de Deus não pode progredir além do fascínio por milagres.
Quando transformamos a adoração no que obtemos dela ou no que gostamos, então não temos uma fé transformadora. Vivemos na sociedade do espetáculo, onde a atração é medida pela boa música, pelo discurso eloquente ou pela satisfação imediata de desejos. Talvez o momento de crise que estamos vivendo nos desperte para o que realmente importa. Jesus pede um novo nascimento porque é isso que necessitamos.

Carlos Maranhão