Reflexão sobre o Evangelho de João, 27 de abril

“Jesus então deu-lhes esta resposta: ‘Em verdade, em verdade, vos digo: o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz igualmente. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados.
Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer. Na verdade, o Pai não julga ninguém, mas deu ao Filho o poder de julgar, para que todos honrem o Filho assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou possui a vida eterna e não vai a julgamento, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade, vos digo: vem a hora, e é agora, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão. Pois assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do Homem. Não fiqueis admirados com isso, pois vem a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão sua voz, e sairão. Aqueles que fizeram o bem ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, ressuscitarão para a condenação. Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Julgo segundo o que eu escuto, e o meu julgamento é justo, porque procuro fazer não a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou’.”

João 5, 19-30

No versículo anterior (Jo 5, 18) temos: “Por isso, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, pois, além de violar o sábado, chamava a Deus de Pai, fazendo-se igual a Deus”
Nos versículos que se seguem, Jesus evidencia ainda mais sua qualidade de Filho de Deus. Para o povo judeu, que até então vivia das forças das Escrituras Sagradas, de onde não podiam nem mesmo pronunciar o nome de Deus, (3° mandamento: “Não falarás o nome de teu Deus em vão”), ouvir uma pessoa dizer-se Filho de Deus, era uma blasfêmia.
Jesus é o expoente de uma nova ordem cósmica. A partir de então, o Filho pode fazer oque o Pai faz. Ao Filho foi entregue a chave dos destinos humanos. E o Filho nos oferece o livre-arbítrio para escutarmos ou não a sua palavra e crermos, ou não no Pai. No evangelho, imediatamente neste ponto surge a relação morte/vida. A morte será vida quando aprendermos a ouvir a palavra do Filho. Tudo em nós que está estagnado e condenado a morrer, passará por um processo de transformação e voltará à vida.
Ouvir a Palavra, requer nos fazermos recepo. Purificar tudo aquilo que nos impede a escuta do altíssimo. Abrir o túmulo de nossa alma e permitir à Palavra que nos adentre e nos ilumine, nos propiciará crer conscientemente no Pai. E é deste crer consciente que poderemos nos chamar a nós mesmos de filhos de Deus.
Cristo nos entregou ainda uma oração na qual em suas duas primeiras palavras está contida toda a nova ordem cósmica: “Pai Nosso”
No evangelho de Mateus 6, 5-15 antes de ensinar os discípulos a orarem, Ele diz:
“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao Teu Pai que está no escondido.” Mt 6, 6
Ele não fala somente de um quarto físico, um local apropriado para orar. Ele se refere também ao nosso ser como templo. Temos que nos voltar para dentro de nós mesmos, lá, no escondido, reside o Pai.

Viviane Trunkle

PS.: Para receber o Pai Nosso orado na Comunidade de Cristãos, entre em contato com um dos sacerdotes.