Reflexão sobre o Evangelho de João, 18 de maio

“Jesus, então, disse aos judeus que acreditaram nele: ‘Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres’.
Eles responderam: ‘Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis livres?’
Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade, vos digo: todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre na casa, o filho nela permanece para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. Bem sei que sois descendentes de Abraão. No entanto, procurais matar-me, porque minha palavra não encontra espaço em vós. Eu falo do que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai.’”

João 8, 31-38

Nosso corpo tem uma descendência. Ele vem dos nossos pais, avós, bisavós e ancestrais. Assim os judeus se nomeavam filhos de Abraão. Eles viam uma linha de descendência direta de Abraão até eles. Dessa herança do corpo não somos livres. Muitos dos nossos hábitos e costumes estão ligados ao nosso corpo e a essa descendência. Normalmente não temos consciência deles e por isso é muito difícil mudá-los. Se não conseguimos transformar os hábitos e costumes, tornamo-nos escravos deles.
Nosso ser eterno não é definido por essa descendência do corpo. Ele vai de uma vida para outra e se encarna sempre em um outro corpo. Quem são nossos pais espirituais? No espiritual podemos nos ligar a várias forças. Nos extremos temos as forças adversas e no centro as do Deus Pai. Entre os extremos existem várias nuances. Fazemos as obras das forças às quais damos espaço em nosso coração.
No espiritual a escolha é nossa. A quem queremos servir? Quando olhamos para nossas ações, sentimentos e pensamentos, podemos nos perguntar: A quem eles serviram? A qual das forças espirituais nos ligamos através deles? Essa reflexão pode acordar nossa consciência e despertar o impulso de nos unirmos cada vez mais às forças do Deus Pai.

Julian Rögge