“Eles responderam: ‘Nosso pai é Abraão.’ Jesus, então, lhes disse: ‘Se fôsseis filhos de Abraão, praticaríeis as obras de Abraão! Agora, no entanto, procurais matar-me, porque vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto Abraão não fez. Vós fazeis as obras do vosso pai’. Eles disseram então a Jesus: ‘Nós não nascemos da prostituição. Só temos um pai: Deus’. Jesus respondeu: ‘Se Deus fosse vosso pai, certamente me amaríeis, pois é da parte de Deus que eu saí e vim. Eu não vim por conta própria; foi ele quem me enviou. Por que não entendeis o que eu falo? É porque não sois capazes de escutar a minha palavra. O vosso pai é o diabo, e quereis cumprir o desejo do vosso pai. Ele era assassino desde o começo e não se manteve na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele fala mentira, fala o que é próprio dele, pois ele é mentiroso e pai da mentira. Em mim, pelo contrário, não acreditais, porque falo a verdade. Quem de vós pode acusar-me de pecado? Se eu digo a verdade, por que não acreditais em mim? Quem é de Deus escuta a Palavra de Deus. Vós não escutais, porque não sois de Deus’.”
João 8, 39-47
Forças adversas alimentam-se de nossos pensamentos, sentimentos e de nossas ações quando apartados da verdade. Nós seres humanos cultivamos um solo fértil e semeamos essas forças a todo momento quando nosso pensar, seco em si mesmo, está voltado às críticas destrutivas, quando nosso sentir entrega-se à adoração de nós mesmos, quando nosso querer age em benefício próprio. Nestes momentos se enrijecem as forças da alma e não permitimos o fluxo livre da Palavra em nós.
“Por que não entendeis o que eu falo?”
Porque estamos tapando nossos ouvidos. Preenchidos de nós mesmos.
Escutar a Palavra, caminhar na verdade e não servir ao ser da mentira pressupõe um trabalho e esforço contínuos na direção de equilibrarmos nossas forças do pensar, sentir e querer.
Um pensar com fluidez, livre, um sentir capaz de transformar-se em igualdade e um querer conduzido a ações fraternas são passos em direção ao equilíbrio destas três forças. Em equilíbrio, elas nos preparam para a escuta. Para sermos preenchidos pela Palavra. Pelo sopro do “Eu sou” em nós.
Viviane Trunkle