“‘Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O assalariado, que não é pastor e a quem as ovelhas não pertencem, vê o lobo chegar e foge; e o lobo as ataca e as dispersa. Por ser apenas um assalariado, ele não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. (Tenho ainda outras ovelhas, que não são deste redil; também a essas devo conduzir, e elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.) É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida. E assim, eu a recebo de novo. Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade. Eu tenho poder de dá-la, como tenho poder de recebê-la de novo. Tal é o encargo que recebi do meu Pai.’
Estas palavras causaram nova divisão entre os judeus. Muitos deles diziam: ‘Ele tem um demônio, perdeu o juízo. Por que o escutais?’ Outros diziam: ‘Estas palavras não são de alguém que tem um demônio. Acaso um demônio pode abrir os olhos aos cegos?’”
João 10, 11-21
A imagem do pastor aparece no novo testamento no nascimento do menino Jesus. “Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo. O anjo então lhes disse: ‘Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura.’ De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado!’” (Lc 2, 9-14)
Os pastores trazem ao menininho, a força e o calor do coração. A simplicidade, alegria e humildade.
Agora, passados 33 anos, o próprio Cristo tornou-se um pastor. Um bom pastor.
Aquele que irradia tamanho amor pela humanidade, capaz de resgatá-la e reconduzi-la à esfera do Pai. Ele se relaciona conosco, assim como o Pai se relaciona com ele. Ele nos conhece e acolhe. Surge então, como um presságio, a imagem do cordeiro que dará a vida por nós. E uma revelação extraordinária: “Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade”. Cristo caminha livremente para a morte, por nós. Está preparado para ser imolado.
O Bom Pastor será também o cordeiro do Pai. Esta imagem perdurará até o apocalipse: “Depois disso, eu vi: o Cordeiro estava de pé sobre o monte Sião, e com ele, os cento e quarenta e quatro mil que tinham o nome dele e o nome do seu Pai inscrito em suas frontes.” (Apo 14, 1)
O Eu Sou o bom pastor nos ampara em muitos momentos de nossa vida. Sempre quando mais necessitamos ele atua através da mão que suave pousa em nosso ombro, do olhar amigo, das palavras atenciosas e calorosas. Quando sentimos nosso coração aquecido, lá está o Bom Pastor. Ele nos revela que somos seres amados. E é por meio do amor, que desenvolvermos uns pelos outros e pelo mundo, que transformaremos a Terra em uma Nova Jerusalém.
Viviane Trunkle