Reflexão para o domingo, 3 de janeiro

Época de Natal

Referente ao perícope de João 1, 1-18

No princípio, o silêncio.
Silêncio por não saber o que dizer.
Silêncio no lugar de palavras inúteis.
Silêncio grávido da palavra viva…
A palavra-vida era a mãe do silêncio, e o silêncio não o sabia.
Apenas no silêncio voluntário, suportado e sofrido podia surgir de novo a força da vida que traz à luz a palavra-espírito na consciência humana.
Mas a consciência humana escolhia a palavra-sombra, a palavra-vácuo e a palavra-mentira…
Veio um tempo, em que a consciência humana se isolou, por vontade própria ou por vontade de outros ou por vontade de Deus, ela não o sabia.
O isolamento não era a palavra-viva, mas queria abrir os caminhos até ela. Ele abriria os caminhos a todos os que não o negassem e não fugissem dele, mas que o aceitassem como caminho para a palavra-vida.
O isolamento, seu nome é crise.
Crise é foco em si mesmo.
E na crise-foco, a consciência humana aprendeu de novo a ouvir;
a ouvir a si mesma,
a ouvir o gemido mudo da dor de fora,
a ouvir o silêncio.
E a palavra-vida ganhou corpo e força na consciência humana
e construiu nela sua morada,
e habitou de novo a voz humana
A voz que fala a palavra-vida em verdade, em coragem e em justiça,
E aprende a gerar do silêncio a palavra-humana que alberga em si a palavra-espírito, plena de força transformadora e de amor.
Amor ao diferente-outro,
Amor às viventes criaturas,
Amor à Terra-Corpo da Palavra-vida.

Com os melhores votos para 2021,
Renato Gomes