Reflexão para o domingo, 4 de abril

Época de Páscoa

Referente ao perícope de Marcos 16

No domingo de Páscoa a mulheres se perguntaram, quem removeria a pedra da entrada do túmulo. Só quando chegaram, perceberam que a pedra já não estava mais no seu lugar. Elas entraram no túmulo e procuraram o corpo do crucificado para prepará-lo para o sepulcro. Mas ele não estava mais lá. Em profundo luto, ainda voltadas para o fato da morte, elas não conseguiram entender as palavras do jovem: “Ele não está aqui! Ele ressuscitou!” Em temor e fora de si elas fugiram do túmulo. Só mais tarde Maria foi a primeira a reconhecer o Cristo ressuscitado.
Na época da Paixão talvez tenhamos sentido o nosso coração também como um túmulo. Um túmulo frio e abandonado pelo Espírito, como um lugar de solidão e da morte. Essas experiências foram ampliadas neste ano pela solidão do isolamento social, pela tristeza de não celebrarmos o Ato de Consagração do Homem em conjunto e pela consciência do grande número de mortos em todo o país. Podemos  fazer a mesma pergunta como as mulheres: Quem vai tirar a pedra do nosso coração, do nosso túmulo?
Será que percebemos que a pedra foi removida e que a luz da Páscoa entrou na escuridão do túmulo do nosso coração? Para vivenciar o feito da Páscoa, precisamos olhar em outra direção. Enquanto olharmos somente para o túmulo, a solidão e a morte, não perceberemos que algo se transformou profundamente. Se ficarmos presos ao passado, o futuro não poderá se revelar. No momento em que mudarmos a direção do olhar, perceberemos o Ressuscitado vindo ao nosso encontro. Ele nos chama pelo nosso nome mais profundo, assim como chamou Maria no primeiro Domingo de Páscoa. Iremos reconhecê-lo?

Julian Rögge