Reflexão para o domingo, 17 de outubro

Época de Micael

Referente ao perícope de Apocalipse 19, 11-16

“O que há em um nome? Aquilo que chamamos de rosa por qualquer outro nome teria um aroma igualmente doce. ” Shakespeare. E, no entanto, somos distintos das rosas e o nome nos indica uma identidade, dirige-se a alguém muito particular e individual, ainda que outras pessoas possam ter o mesmo nome, no meio em que vivemos somos chamados por esse nome com o qual nos identificamos. Mas essa ainda é uma identidade provisória, exterior, não ainda condizente com o nosso verdadeiro ser. O fato é que cada indivíduo é como uma espécie em si. O nome que só pode ser chamado por aquele que se refere a si mesmo é “Eu”. E isso indica uma autoconsciência à qual o ser humano chegou não faz muito tempo e que, no entanto, ainda não está plenamente desenvolvida. O cavaleiro que vem montado num cavalo branco, tal como está descrito no Apocalipse 19, apresenta vários nomes: “Fiel e Verdadeiro”, o “nome que ninguém sabia, senão ele mesmo”, ou seja o “Eu sou”, “Palavra de Deus”, ou seja o Logos, e finalmente “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores”. O nome da rosa pode ser arbitrário, mas o nome de cada indivíduo humano que se escreverá nas estrelas, este é próprio de cada um e só será escrito quando este “Eu” alcançar a plena consciência de ser filho de Deus. Para isso veio o Cristo ao mundo para reger com a espada de fogo que sai de sua boca, ou seja a palavra de Deus. O nosso vínculo com ele é o meio pelo qual aprendemos a reconhecer pouco a pouco quem realmente somos, ou seja o nosso verdadeiro nome.

Carlos Maranhão