Referente à perícope do Evangelho de João 16, 24-33
Toda despedida causa dor. Ainda que saibamos que não é definitiva, se nos despedimos de alguém que não veremos mais por um bom tempo, ficamos tristes, sobretudo se nossa relação é muito próxima. Que dirá se se tratar de uma despedida em que não veremos mais a pessoa amada.
Assim se sentiram os discípulos de Jesus quando se despediram dele e o viram subir numa nuvem. Mesmo com a promessa de que manteriam contato com ele por meio do Espírito Santo, algo que na ocasião não compreenderam.
Mas por que era necessária a sua partida? Havendo ressuscitado, por que não poderia permanecer com eles? Ele havia dito: “É necessário que eu vá, porque se eu não for, o consolador não virá a vós”. Ele necessitava ir porque precisava estar presente não somente para aqueles discípulos, mas para que pudesse, ao unir-se com a atmosfera etérica da Terra – o reino do Pai –, estar presente para toda a humanidade, em todos os tempos. Ele havia dito: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos”. Isso precisa ser cumprido. E assim, hoje podemos dizer: “Ele está no meio de nós”, e sempre que necessitarmos poderemos invocá-lo e sentir sua presença.
O espírito que ele enviará em Pentecostes, cumprirá sua promessa de batizar não mais com água, mas com fogo. Porque de início sua presença se faz através da luz de um entendimento íntimo que nos consola ao remeter-nos àquele que pensávamos estar distante e então se torna mais presente do que jamais esteve.
Carlos Maranhão