Neste domingo entrarmos na Época da Paixão. Sua epístola traz a imagem da separação do ser humano do espírito. Do espírito que nos acorda para nossa meta de vida, para a nossa missão na Terra. Do espírito que alimenta nosso ser verdadeiro, nosso ser espiritual. Essa separação pode ser sentida como uma grande solidão.
Talvez, no ano passado, tenhamos sentido a solidão mais forte do que nunca. Passamos por tempos de grandes desafios, de separações, de dores e de perdas de entes queridos. Seguimos passando por tempos de sofrimentos. Mas começamos também um caminho de aprendizado de como superar as separações físicas, de como lidar com as dores e de como manter uma ligação com as pessoas que adentraram o limiar da morte. Iniciamos um caminho para uma nova união com o mundo invisível.
O Cristo Jesus passou por momentos de solidão, por sofrimentos e pela morte. Ele vivenciou a condição humana de se sentir separado do espírito. O Cristo passou pela morte e abriu um novo caminho de união entre os Céus e a Terra. Ele trouxe um novo impulso para a vida além da morte, para a vida no reino espiritual.
A paixão pode ser uma época de preparação. Uma época na qual abrimos espaço em nosso coração. Nele podemos vivenciar a solidão, a dor e o sofrimento. Eles precisam de tempo e uma atividade interna. Assim podem se transformar. Nas quatro semanas da Época da Paixão podemos desenvolver e fortificar a espera ativa através do trabalho interno: O esperançar. Um esperançar para uma transformação da solidão e dos sofrimentos; um esperançar para uma renovação do impulso do Cristo em nossas vidas e em toda a humanidade. No caminho do esperançar podemos nos preparar para o mistério da Páscoa e a renovação da união entre os Céus e a Terra.
Julian Rögge