Referente ao pericópio: João 8, 1-11
Muitas vezes julgamos as pessoas sem perceber. Independentemente do motivo, não temos o direito de julgar ninguém. A maioria das pessoas não percebe seus próprios erros, mas se esforça para descobrir e apontar os erros de outras pessoas.
Quando nós erramos, sempre encontramos uma justificativa para essa falha, isso acontece desde Adão. Porém, nenhum de nós está em condições de atirar pedras no outro. Jesus não nos condena, mas diz “vá e não peques mais”, que pode ser traduzido como: “vá e toma consciência de seus atos e aja conforme tal consciência”.
Podemos pensar no pecado como o destino do ser humano, imposto pela condição de estar na Terra, separado do mundo espiritual, algo tecido em nossa condição existencial. Mas não de forma inexorável e definitiva. O encontro com o Cristo nos permite, como permitiu à mulher adúltera, despertar para algo que não é condenação e nem julgamento, mas oportunidade de despertar e interiorização com aquele que traz o antídoto do pecado. Nós nunca poderíamos nos tornar seres livres se não tivéssemos sido empurrados para baixo; mas esse não é o fim da história. Agora, tomados pela força do Cristo, é possível ascender ao reino dos ideais morais. Existe apenas uma maneira pela qual isso pode ser alcançado: ser capaz de atrair para si aquele que é mais real do que as forças de atração do pecado. Alguém que fala no sentido contrário a São Paulo pode dizer: “Não eu, mas meu corpo de pecado” – mas São Paulo diz: “Não eu, mas o Cristo em mim”.
Carlos Maranhão