A verdadeira videira – João 15
A verdadeira videira, a suprema obra viva divina, tem suas raízes no céu no mundo espiritual. Estas raízes são invisíveis para nós. Suas folhas, no entanto, são tudo o que se manifesta no mundo visível; as estrelas, os planetas, a Terra com todos os reinos da natureza. Os seus frutos, as suas uvas, que podem vir a gerar o futuro, são novamente de pura natureza espiritual, invisíveis para os nossos olhos, são a chama divina nas almas humanas individuais. Apesar de invisível, o Eu Sou que desperta na alma humana, estando completamente ligado às suas raízes espirituais, pode atuar no mundo sensível transformando a matéria, tornando-a translúcida e viva. Eu e o Pai somos um! O Eu Sou serve à obra do Pai.
A raiz da verdadeira videira ganha a sua vida do Verbo primordial da Palavra divina. O Eu Sou desperta na alma, quando ela consegue acolher a Palavra divina, a mensagem do Verbo, o Evangelho. O ser humano pertence a dois mundos, ao mundo sensorial e ao mundo espiritual, assim como a verdadeira videira também.
O Verbo se fez carne e habitou entre nós! O Verbo vivenciou em Jesus a morte, a morte na cruz, para resgatar a vida de tudo que se manifesta neste mundo. Do túmulo do mundo sensível se ergueu com a ressurreição, o Espírito, o Eu Sou Divino na alma humana. A ressurreição da matéria se iniciou com o primeiro Domingo de Páscoa, dentro da alma humana. Agora cada um de nós pode trabalhar para a redenção da matéria, dos reinos da natureza, da Terra, à medida que se liga com o feito de Cristo. Cada um pode emprestar a sua alma, este espaço divino no ser humano, para que lá seja montado o altar em que Cristo continua sua obra. O redentor apela a cada ser humano como um amigo, amigo no sentido que João Batista mesmo nomeou, amigo do noivo. O amigo se alegra quando o noivo se une pelos laços do matrimônio à noiva, quando o Espírito ressuscitado, o Eu Sou de Cristo, se une pela sua atividade à alma humana individual. Desse matrimônio vai surgindo uma nova Terra, uma nova humanidade pela transformação da antiga Terra e da antiga humanidade! No Eu Sou, a força espiritual do Verbo primordial adquire uma morada na alma humana, permanece nela e assim ela vai se espiritualizando, conquistando a vida eterna. Como Espírito a alma vai compartilhando a comunidade com seres espirituais, tornando cada ser humano um amigo de Cristo.
O despertar do Eu Sou na alma humana é a realização da meta da evolução da Terra e da humanidade, é a realização da obra do Pai, do seu Amor pela criatura. Participando desta obra, também cada um começará a compartilhar do amor divino, começará a ser capaz de amar, no seu sentido mais elevado!
O caminho de transformação de vivificação da Terra é um caminho árduo, que exige a superação do fardo da nossa existência puramente terrena. Com a sua espiritualização, no entanto, a alma se tornará apta para receber a luz e força do Espírito, que a tornará capaz de se tornar uma testemunha inabalável do Verbo Criador!
Helena Otterspeer