A nossa vida pode ser como um rio ou como uma cisterna. Muitas vezes vivemos como uma cisterna, sempre ansiosos para garantir que haja o suficiente para amanhã, sempre temerosos de que nos falte algo essencial.
Mas Cristo nos convida a viver como um rio, recebendo continuamente da fonte inesgotável de Deus. O mundo nos ensina que devemos sempre garantir o amanhã, acumular, nos proteger contra a incerteza. Essa é a raiz da ansiedade humana: o medo de não termos o suficiente. As pessoas que seguiam Jesus após a multiplicação dos pães queriam mais um milagre, mais um sustento para o dia seguinte. Mas Jesus os convida a olhar além da necessidade imediata. Isso significa que não é apenas o futuro que está sendo prometido. O pão da vida não é algo reservado para depois da morte, mas uma realidade que já podemos experimentar agora. Se vivemos em Cristo, se nos alimentamos dele, então não precisamos mais viver dominados pela fome, pelo medo da carência. Viver do Pão da Vida significa que nossa existência já está plena agora. Não precisamos nos alimentar de ansiedades, de inseguranças, de expectativas frustradas. Podemos viver confiando que, assim como o maná caía todos os dias, Deus nos dá tudo o que precisamos hoje. Se estabelecemos uma relação real com Cristo, então nos tornamos como o rio: não precisamos estocar, não precisamos viver de sobras ou migalhas, mas fluímos constantemente, recebendo e dando, porque a fonte que nos alimenta nunca seca.
Carlos Maranhão