Reflexão para o domingo, 15 de agosto

Época de Trindade

Referente ao perícope de Lucas 9

Nossa existência terrena deve ter um sentido, o que significa que temos uma missão aqui. Se esta missão foi estabelecida por nós mesmos e por Deus antes de nascermos, então nosso propósito aqui é identificar que missão é essa. O relato do envio dos discípulos que lemos nos Evangelhos e, em particular, no Evangelho de Lucas, é o arquétipo do envio dos sacerdotes e missionários em muitas denominações cristãs, mas num sentido mais amplo ele se aplica a todos nós, na medida em que podemos entender que todos nós fomos enviados à Terra numa missão de aprendermos a estar a serviço de nossos irmãos e esse é o aprendizado fundamental do amor. Não precisamos deixar nosso lugar de moradia, nosso emprego ou forma de atuação para agir como enviados, porque onde estamos é onde devemos estar, e com quem estamos é com quem devemos estar. Mas a coisa mais importante que levamos aonde quer que vamos ou estejamos é o poder dado por Jesus para curar doenças e tirar demônios, ou seja, agir sobre o físico e a alma de nossos companheiros, ou seja, cuidarmos uns dos outros. Ao acolhermos Cristo em nosso coração, passamos a agir por força de seu poder e em seu nome. Ou seja, por sua autoridade. Ele é o autor, nós somos suas mãos e pés. Sua força, nós a levamos conosco onde quer que tenhamos que ir. Não se trata de uma força meramente física, é força interior. Força é saber que podemos suportar os obstáculos da vida, que temos grande resistência e persistência, equilibradas com paciência e calma interior, ou seja, não necessitamos levar bastão e alforja. Estamos comprometidos com o que precisamos fazer e fazemos isso de boa vontade. Quando a força é recebida por nós de Jesus pelo simples fato de sermos filhos de Deus, somos alimentados por essa força interior, poder pessoal, forte vontade e determinação. Não atuamos tentando controlar ninguém; nós calmamente agimos com confiança na direção do mundo espiritual. Outros podem subestimar nosso poder porque é tão “invisível” – mas esse poder é uma força que cura a nós mesmos e aos que estão conosco. Estamos no lugar certo, no momento certo e com as pessoas certas, pois somos enviados pelo Cristo para a construção do novo Céu e da nova Terra.

Carlos Maranhão