Reflexão para o domingo, 16 de maio

Época de Ascencão
Referente ao perícope de João 16, 24-33

Um balanço é um brinquedo que alegra muito as crianças. Balançar para lá e para cá, sentir o vento no rosto, perder o peso quando ele chega ao seu ponto máximo. Mas as crianças muito pequenas ainda não conseguem balançar sozinhas, e precisam o tempo todo que alguém lhes dê um empurrão, para que o balanço continue em movimento. Numa determinada idade a criança aprende a balançar sozinha. Para isso ela tem que perceber o momento em que o balanço para o seu movimento no ponto mais alto, muda a direção, para então dar com o próprio corpo um novo impulso para o movimento. Quem consegue por si mesmo, nestes momentos de parada do balanço, dar um impulso para um novo movimento, pode balançar pelo tempo que quiser. Quem não consegue fazer isto, ou é dependente de receber o impulso de uma outra pessoa, ou balança somente por um tempo, até que o balanço pare por completo.
Em nossa vida interior podemos perceber algo semelhante ao balanço. Às vezes recebemos de fora, de alguém ou de um acontecimento, um impulso que nos movimenta, nos possibilita sermos ativos. Mas normalmente estes impulsos que vêm de fora, nos colocam em movimento somente por algum tempo, então se esgotam, enfraquecem, perdem a sua força. Para novamente sermos ativos necessitamos de um novo impulso de alguém ou de alguma coisa. Enquanto vivemos assim somos como crianças que ainda não aprenderam a balançar sozinhas. Mas também interiormente, com a nossa alma, podemos aprender a „balançar” sozinhos. Para isso necessitamos de momentos de silêncio, de calma, de falta de movimento. Exatamente nestes momentos podemos aprender a desenvolver uma atividade interior, independente de alguém ou de algo.
Aprendemos a dar, por nós mesmos, um novo impulso de atividade para a nossa alma. Esta é a qualidade que uma oração ou uma meditação podem ter: um momento de silêncio, de falta de movimento exterior, no qual podemos dar um novo impulso de movimento próprio, e continuar a “balançar“ em nosso caminho de vida.
João F. Torunsky