Reflexão para o domingo, 19 de junho

Época da Trindade

Referente ao perícope de João 4, 1-26

A passagem nos lembra o salmo 42: “Como o cervo tem sede de água fresca, minha alma tem sede de Deus”. Todos suspeitamos que não basta administrar o dia a dia de alguma forma, que é preciso mais do que um relógio que nos desperta para um dia de trabalho e uma sopa à noite, arrumar a casa e sair de férias uma vez por ano, mais do que trabalho e festa. Mas o que é a vida real, uma vida de esperança, uma vida com sentido? A nossa sede física é momentaneamente saciada, mas a sede de Deus só pode ser saciada pela água viva que Cristo nos oferece. Podemos momentaneamente buscar novos projetos e, enquanto eles nos ocupam, talvez ter a sensação de sentido. Mas uma vez levado a cabo, volta o vazio. Os seres humanos anseiam por realização, significado e valor. Alguns o buscam no sucesso profissional, no poder, na honra, na riqueza e no reconhecimento dos outros. Outros procuram drogas ou álcool. Outros ainda acreditam que outras pessoas podem satisfazer seus anseios. Mas bebendo da fonte espiritual que emana do Cristo, não teremos mais sede no sentido de que sempre estaremos em contato com o Deus Pai através do Espírito. Todos temos sede, independente de origem racial ou condição social. A condição humana que nos faz sedentos é a de viver na Terra separados do mundo espiritual. A água viva que nos é dada por Cristo torna-se a fonte de nossa vida, se a ela nos dedicamos e buscamos. A busca por vezes oscila, é inconstante, fortalece com o sofrimento, mas se perseverarmos nela, ela nos levará inelutavelmente à fonte da água viva.

Carlos Maranhão