Reflexão para o domingo, 21 de junho

Época de Trindade
Referente ao perícope João 17

É alentador ouvir de Cristo em sua oração sumo sacerdotal que ele orou pela unidade de seus discípulos: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” Vemos quão importante era a questão da unidade para ele, pois sabia muito bem que na humanidade de então e do futuro somente a união com ele poderia ajudá-la a superar o mundo de separação e de conflito.
Porque pelo fato de o Filho de Deus estar aqui no mundo e ter completado sua missão, algo fundamental mudou para nós. Não estamos mais separados de Deus, mas Cristo nos uniu a Deus. Quando ele veio ao mundo, somente ele era a ponte para o céu. Mas então ele começou a construir uma ponte permanente na terra, ensinando seus discípulos e compartilhando-os nas obras de Deus, em seus milagres e curas. Isso os fez parte da ponte. E essa ponte que ele edificou entre nós e o Deus Pai é o que nos permite estabelecer a conexão uns com os outros sobretudo em momentos de crise. Na crise atual há a recomendação de isolamento social, mas há também a realidade de estarmos unidos em uma pandemia que abarca todo o planeta. Nunca estivemos tão separados e ao mesmo tempo nunca estivemos tão unidos na mesma condição. Cristo ora para que tenhamos olhos para próximo, para que não temamos estabelecer contato, para que nos coloquemos no lugar do outro, para que perguntemos o que o outro necessita e trabalhemos para satisfazer sua necessidade, para que possamos dar conforto e esperança, seja qual for o meio de conexão que tenhamos disponível. Quando as pessoas estão conectadas, elas são receptivas ao segredo do amor divino. Cristo orou por nós e sabia das nossas necessidades. Apesar das diferenças tão gritantes em nossa época no que diz respeito a renda, oportunidades, convicções religiosas, políticas, filosóficas, o fato é que somos todos concidadãos desse planeta. A consciência em Cristo nos une em nossa condição fundamental, substancial de sermos todos filhos de Deus.

Carlos Maranhão