Reflexão para o domingo, 22 de maio

Época de Páscoa

Referente ao perícope de João 14, 1-31

No final vemos que Jesus deu aos discípulos muito mais do que pão, casa e trabalho. Ele lhes deu alimento espiritual, um lar eterno e uma missão de vida. Viver uma vida com Jesus significa viver uma vida qualitativamente completamente diferente da habitual. Esta vida não é nosso objetivo final e não abrange a totalidade de quem somos. Esta vida é uma mera gota no oceano da eternidade e serve como o ponto de partida na maratona que nos conduz ao nosso objetivo de vida eterna. Podemos retardá-lo, podemos gastar tempo, dinheiro e energia trabalhando para combatê-lo, mas não podemos impedi-lo de avançar.

Jesus está nos ensinando que o que realmente devemos nos preocupar não é com esta vida cotidiana, mas com a vida interior, a vida eterna, mas não num além, mas aqui e agora. Podemos viver esta vida de tal maneira que não estamos perseguindo coisas que não duram, mas perseguindo as coisas que duram e têm significado eterno. Esse tipo de vida tem um impacto eterno não apenas para nós, mas também para os outros ao nosso redor. As dificuldades e o sofrimento pelos quais passamos em muitas fazes da vida não são simplesmente acidentais ou merecidos, mas fazem parte da vida e podem tornar-se parte de nosso aprendizado e fortalecimento. Com esta perspectiva podemos vencer o medo, inclusive da morte, pois estamos convictos que a realidade espiritual prevalece sobre os eventos e injustiças terrenas, e permitem que cresçamos espiritualmente e preparemos o futuro. Esse foi o exemplo dos primeiros discípulos de Cristo, mas se torna um exemplo para nós no século XXI ainda mais contundente, pois vivemos a época do despertar da autoidentidade. Esse “Eu sou” desperto, não se satisfaz com qualquer morada. Ele só encontra sentido se percorre o caminho correto, se está a serviço somente da verdade e se vive somente a vida verdadeira.

Carlos Maranhão