Reflexão para o domingo, 26 de junho

Época de João Batista
Referente ao Perícope de Marcos 1,1-11

Nineta Sombart

Há momentos em que desejamos de coração o levantar de um novo dia, um novo início, uma nova compreensão entre os homens, uma forte benção do mundo divino. Há realmente épocas em que parece impossível escapar da opressão, da destruição, de uma espiral de acontecimentos trágicos. De onde pode provir um novo início?
O nome João significa em hebraico „Deus é pleno de graças.“ Poderíamos dizer ainda Deus sempre doa graças: vida, luz, força, a cura de uma doença! Ou ainda: o Eu Sou divino é pleno de graças.
Quem senão o ser humano é capaz de receber a plenitude das graças divinas, tendo sido ele formado à imagem e semelhança de Deus!
Este ser humano enviado por Deus e portador da plenitude das suas graças é João, que vem a ser, portanto, testemunha de Deus, da Sua luz, da Sua vida.
João é aquele que sabe, que acredita que a graça divina pode transformar a natureza e a existência humana, mesmo nas mais profundas crises. João é forte em Deus, com Deus. João persevera nas intempéries. João conhece a natureza humana e sabe prepará-la para receber no momento certo a transformadora graça divina.
João, o Batista, sabia no ano 30 d.C. que era eminente a chegada do Cristo na humanidade, especificamente na alma humana, na alma de um escolhido do povo judeu. Há muito já se dedicava a preparar seus discípulos para isso, apelando pela transformação dos sentidos e batizando nas águas do Jordão. Estes discípulos viriam mais tarde a ser os discípulos de Cristo e seus enviados, seus apóstolos. O espírito do Cristo na plenitude da graça divina iria baixar sobre o escolhido, o preparado e esperado pelo povo judeu há muitas gerações. Nele o espírito do Cristo iria permanecer para sempre e com isso instituir um novo início na evolução da Terra e da humanidade.
Quando Jesus naquele dia se aproximou das águas do Jordão, João o reconheceu, reconheceu também o momento crucial para a futura evolução da humanidade e humildemente o batizou. O espírito do Cristo, do verbo divino primordial baixou como uma pomba e penetrou indissoluvelmente na natureza humana de Jesus. Ali permaneceu transformando a natureza terrena de Jesus, espiritualizando-a. Este foi o grande novo início, o início da atuação de um novo princípio divino na Terra, o princípio do EU SOU do Cristo na alma humana. Para que este princípio pudesse no futuro atuar em cada alma humana, Jesus Cristo teve que fazer nascer das trevas um novo dia, teve que fazer nascer da morte na cruz uma nova vida em espírito.
Hoje o espírito de João ainda vive nas comunidades cristãs, clamando para que transformemos os sentidos e preparemos o caminho para que o EU SOU do Cristo possa penetrar na alma humana, encontrando nela uma morada e permitindo que ela possa assim, reconhecer a realidade da ressurreição. Então, cada dia será um novo dia, um novo início de profundas transformações, superações e vitórias sobre as forças de declínio, de destruição, de ódio. O coração humano pleno das graças divinas no Eu Sou será uma fonte de vida eterna, estabelecendo assim a Paz, a Paz em Cristo.

Helena Otterspeer