Época da Trindade
Referente ao perícope de Lucas 18, 18-34
Anos atrás, durante a grande corrida do Alasca para encontrar ouro, alguns homens foram longe para o interior do Alasca e nunca mais voltaram. Depois de um grande período de tempo, alguns outros homens que também viajaram para o interior procurando também ouro encontraram a cabana desses dois homens. Ao entrarem, encontraram dois esqueletos sentados à uma mesa com grandes quantidades de ouro em cima da mesa e ao seu redor. Na mesa havia uma nota descrevendo sua bem-sucedida busca ao ouro, tanto que ignoraram os avisos iniciais do próximo inverno, quanto mais extraíam, mais ouro encontravam, esperariam um pouco mais.
Uma nevasca entrou e eles ficaram presos, logo morreram de frio e sem comida. Eles encontraram seu ouro – mas perderam a vida! Eles perderam o controle de suas prioridades! Eis um exemplo da condição do jovem rico. Não se trata apenas do fato de ter quantidades de dinheiro e poder, trata-se do que de fato valorizamos. Onde colocamos nossas prioridades. Neste sentido, mesmo uma pessoa sem posses pode ainda padecer da síndrome do jovem rico, pois pode ter sua alma cheia de qualquer outra coisa que não seja o propósito fundamental da vida. Portanto quando Jesus diz: “vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu”, não o tomemos literalmente, mas sim no sentido do desapego. Qual a medida entre o desinteresse e o aferrar-se a todo custo por algo? Esse querer obsessivo por algo que na verdade nunca nos completa. Toda situação da vida é uma oportunidade para avaliarmos os motivos pelos quais almejamos algo e uma ponderação mais profunda pode nos ajudar a nos alinhar com o sentido mais profundo de nosso ser e isso certamente não será o acúmulo de bens, sejam eles materiais ou não.
Carlos Maranhão