Reflexão para o domingo, 27 de setembro

Referente ao perícope de Lucas 7, 11-17

“Levanta-te!”

Vale a pena pesquisar no Novo Testamento e estudar os trechos nos quais se encontram a palavra “Levanta-te”. Encontrei-a trinta e uma vezes. Nos Evangelhos é uma expressão falada por Jesus Cristo em várias circunstâncias, principalmente aos enfermos, mas também um anjo fala „Levanta-te“ para José, como uma ajuda para que ele tome decisões de qual caminho deve seguir.

Quantas vezes na vida nos sentimos inseguros em tomar uma decisão, paralisados perante os desafios do destino, cegos para ver o caminho, surdos para escutar o nosso anjo. Que dor é perceber em nós como mortos, os ideais que na nossa juventude deram um sentido para a nossa vida. Em momentos assim é compreensível que roguemos pela ajuda divina, esperemos que o Cristo, ou ao menos um anjo, nos resolva o problema, nos carregue para o outro lado do abismo. Mas hoje, no ponto do desenvolvimento da humanidade em que nos encontramos, não é esta a ajuda que devemos desejar dos nossos guias espirituais. O que precisamos é a ajuda para fortalecer o nosso próprio eu, a força que, em nossa infância, nos possibilitou superar a gravidade e nos colocarmos eretos apoiados sobre os nossos próprios pés. É a mesma força de que precisamos hoje para superar o medo na alma, superar a cegueira e a surdez espiritual, reviver os ideais. Precisamos da força para nos colocarmos animicamente eretos, apoiados interiormente sobre os nossos próprios pés, e trilhar o difícil caminho até o outro lado do abismo.

O que hoje, mais do que nunca na história da humanidade, podemos esperar do Cristo é a força que flui da sua palavra e fortalece o nosso eu, quando Ele nos diz: Levanta-te!

João F. Torunsky