Reflexão para o domingo, 30 de junho de 2024

Evangelho de Marcos 1:1-11

Imaginemos um vasto deserto árido. O sol bate implacavelmente, o solo está rachado e seco, e o ar está denso com silêncio. No meio dessa desolação, um único broto verde emerge, um símbolo de vida e esperança onde nada parecia possível. Este é o cenário onde ouvimos pela primeira vez a voz poderosa de João Batista, clamando por mudança, anunciando a vinda de algo verdadeiramente transformador. João Batista é o precursor de Jesus Cristo, cuja voz ecoou no deserto, chamando as pessoas ao arrependimento. Mas hoje, enfrentamos um tipo diferente de deserto: o deserto de nossas almas. É um lugar dentro de nós onde nossos desejos mais profundos estão escondidos, sufocados pela secura de nossos tempos. Vivemos em uma era cheia de barulho e distração, onde a voz interior de nossa alma não encontra saída para se expressar. O chamado de João ao arrependimento não foi apenas um chamado para lamentar pecados passados. A palavra grega para arrependimento, “metanoia”, significa uma mudança de mentalidade, uma transformação de toda a nossa perspectiva. É uma mudança profunda em como vemos o mundo, a nós mesmos e a Deus. Nestes tempos difíceis, devemos permitir que este clamor por mudança penetre nas grossas camadas de negação que construímos ao nosso redor. O espírito de João Batista continua a atuar em nosso mundo hoje, preparando o caminho para recebermos Cristo em nossos corações. Ele nos desafia a entrar no deserto de nossa alma, a ouvir esse clamor interior por mudança e a abraçar uma nova maneira de pensar e viver. Então ouçamos a voz que clama no deserto. Encontremos a coragem de entrar nos lugares áridos dentro de nós, enfrentando a secura de nossos tempos e respondendo ao chamado por “metanoia”, uma mudança de mente e coração. Permitamos que Cristo transforme nossas vidas e renove nosso mundo. Ao nos prepararmos para receber Cristo em nossas almas, lembremo-nos de que, mesmo nos lugares mais desolados, uma nova vida pode surgir e a esperança pode florescer.  

Carlos Maranhão