Reflexão para o domingo, 4 de outubro

Referente ao perícope de Mateus 22
“O reino dos céus é como…”
Este versículo se inicia com estas simples palavras, e então segue-se uma descrição de imagem próxima à nossa compreensão terrena.
Podemos interiorizar ainda mais a imagem: “O reino dos céus é como um rei, um rei é como um ser humano…”
O Eu superior humano está se preparando para um matrimônio, para a união eterna com o divino. Ao longo de sua existência de encarnação em encarnação ele pode ascender cada vez mais, através da missão humana na Terra. Ele permeia cada vez mais seu eu inferior, sua alma e seu corpo físico. Este permear é o resultado de nosso esforço em direção ao desenvolvimento espiritual. Assim possibilitamos ao nosso Eu, nosso rei, preparar o casamento. O alimento está pronto: a beleza da alma está cultivada. Finalmente podemos trazer os convidados para o festejo! Enviamos nossos servos ao mundo para levarem o convite. Nossos servos são nossos sentidos e ações quando cultivados. Estão a nosso serviço. Neste momento, temos a força necessária de abrir as portas da alma para todas as suas nuances, para os seres que a habitam e que fazem parte de nós. Em conjunto compartilharemos a alegria da futura união.
Mas, somos levados a perceber que nossa estadia na Terra traz consigo seus percalços. Muito em nós se perde na falta de interesse genuíno pelo outro, no orgulho, na soberba, na atomização. Este é o reflexo do ser humano no espelho dos convidados. Somos em grande parte: “Indignas criaturas”.
E é neste momento difuso e dramático onde Cristo nos entrega uma chave em mãos:
“Ide pois, lá, onde os caminhos se encontram e se cruzam, e chamem para o casamento quem vocês encontrarem” – Maus e bons.
Há aqui uma tarefa. Olhar para a própria alma e reconhecer que há nela o bem e o mal. Aprender em humildade a convidá-los para o casamento, cuidando para que nosso trabalho interior os purifiquem a ponto de receberem uma nova veste. O traje nupcial.
Nosso eu deve estar atento e alerta para os convidados em nossa alma. Para o que  todavia não estiver à altura de receber o traje, nossos servos devem dar especial atenção. O rei o trata de forma amistosa: “Meu amigo…”
É no emudecer deste convidado, onde nosso Eu superior pode perceber que se trata de um força fora do lugar. Ele ativa nossos sentidos e ação para contê-la e colocá-la em seu devido lugar. No lugar das forças que ainda não foram depuradas. As trevas exteriores, o choro e o ranger de dentes estão também em nós. Mas estão à parte de nosso relicário mais puro. Daquilo em nós que deve seguir imaculado. Nosso ser mais íntimo. É neste relicário onde Cristo pode atuar, se assim o quisermos e permitirmos. Ao ouvirmos seu chamado, ao nos prepararmos ao longo das repetidas encarnações, nos será permitido irmos adiante…

Viviane Trunkle