Reflexão para o domingo, 6 de outubro de 2024

Efésios 6

Como João vislumbrou na ilha de Patmos e registrou no Apocalipse, o arcanjo Micael e suas legiões celestes derrotaram o dragão e o lançaram à Terra. Durante a batalha, o dragão também jogou um terço das estrelas do céu para a terra. Quando o dragão cai, certamente vai perdendo o seu poder, mas fica furioso e, portanto, ainda mais ameaçador. Ele também vai querer reivindicar para si o poder das estrelas caídas na terra.

Muitas pessoas se perguntam quando isso aconteceu ou qando acontecerá. Do oculto conhecimento moderno sabemos: essa batalha no céu ocorreu no final do século XIX. Portanto, pertencemos a uma geração que terá de conviver com essa nova e enorme ameaça, a de se deparar com o mal.

O ser humano é na Terra o único ser espiritual, consciente e livre. Sua alma é o principal alvo do ataque do dragão. Sendo o próprio ser humano na Terra uma criatura caída, como poderá ele enfrentar o grande desafio?

Já antes da virada dos tempos, o arcanjo Micael veio acudir a humanidade, preparando-a para o acontecimento singular em toda a sua evolução, que foi a morte de Jesus Cristo na cruz e a sua ressureição. Durante todos os séculos posteriores até hoje, o arcanjo Micael tem atuado apoiando o impulso do cristianismo, assim contribuindo para que o ser humano possa enfrentar o mal que hoje se manifesta de muitas maneiras na Terra. A natureza humana por si só não tem condições para tal. O ser humano deve se revestir de uma força maior, incorporar o poder de um ser superior.

Paulo fala sobre a armadura de Deus, que se tornou acessível à alma humana através do Cristo, através do Redentor. Ao segui-lo, ela aprende a forjar e a vestir sua armadura com o apoio de Micael. Cristo é a verdade, através dele a alma aprende a viver na verdade, através dele, ela ganha confiança na meta de toda a obra divina. Seguindo os seus passos e vestida com a sua couraça e o seu escudo contra os ataques do mal, a alma humana poderá espalhar a paz e não a destruição pelo mundo.

Seguir o Cristo é um grande desafio, pois exige muita clareza para não deixar nenhuma dúvida no seu poder de superação e de transformação. Cristo só pode atuar no mundo, para transformá-lo, atuando na alma humana. Para que o mal possa ser discernido conscientemente como através de uma espada afiada, o Espírito de Cristo deve estar vivo no coração humano. Hoje, de uma maneira muito acelerada, em formas nunca antes vistas, o mal vem se manifestando no âmbito dominado pela técnica. Aí agem certamente os vigorosos poderes das estrelas caídas.

Micael apela para uma permanente vigilância interior na oração ativa, para não cortar os fios que unem o ser humano às alturas, para cada vez mais tornar possível o discernimento do mal na vida cotidiana, para se aprender a fazer o bem.

A alma humana dirige-se humildemente a Cristo e vai ao encontro do arcanjo Micael. É ele que a sustenta e a reveste da coragem inerente à vontade divina, disposta para o sacrifício necessário no caminho da superação, da vitória sobre o mal. É isso que os tempos de hoje exigem e não devemos ignorar.

                                                                                Helena Otterspeer