Reflexão para o domingo, 9 de outubro

Referente a carta de Paulo aos Efésios 6, 10-20

Na carta de Paulo aos Efésios, somos chamados a nos revestir com a armadura de Deus. De onde vem esse chamado? Não pode vir de fora, mas do interior de cada um de nós, para que esteja de acordo com o que é próprio para a nossa época. Aqui trata-se de traduzir o chamado que vem do mundo espiritual de um modo muito pessoal, pois trata-se em verdade de um auto-exame para verificar até que ponto estamos vulneráveis às investidas do maligno ou até que ponto estamos protegidos pelas forças espirituais benignas, mas, de todo modo, quem toma a decisão de proteger-se somos nós mesmos. Senão vejamos: Em que consiste esta armadura? Somos chamados, em primeiro lugar, a usar o cinturão da verdade. A verdade alcançamos pelo pensar espiritual, mas no caso aplicamos a verdade para perceber o que divide o ser humano entre sua parte superior e inferior, o discernimento da verdade nos permitirá dominar os impulsos inferiores, liberando nosso ser superior para o trabalho espiritual. Em segundo lugar somos chamados a usar a couraça da justiça. A couraça protege a região do peito, onde bate o coração. É este que tem a medida do justo no que tange às relações humanas. É preciso estar desperto para o sentir dessas relações. Em terceiro lugar precisamos calçar os pés como andarilhos que levam o Evangelho ao mundo. Somos enviados por Deus aos caminhos onde sempre teremos oportunidade de levar a palavra de Deus necessária a cada ocasião. Em quarto lugar, e como diz Paulo “sobretudo” usar o escudo da fé. A fé é aqui a proteção central. Saber que a maior proteção vem de nossa ligação consciente com o mundo espiritual. Uma ligação devotada e de veneração para com o divino. Em quinto lugar, temos o capacete da salvação. O capacete encobre a nossa cabeça, a que recebe do Espírito a luz do entendimento. Em sexto lugar empunhamos a espada que é a palavra de Deus. Forjamos essa espada para sermos guerreiros de Micael, com o pensar espiritual que reconhece a fonte divina transmitida pela palavra. E em sétimo lugar unimos todas essas forças na prática constante da oração. Nossa armadura é, portanto, composta de sete partes, mas que compõe um todo, pois formamos uma unidade que no trabalho espiritual se protege contra o mal, mas, ao proteger-se vai se realizando paulatinamente como ser humano.

Carlos Maranhão