Reflexão sobre o Evangelho de João, 14 de abril

“Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias. E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambistas assentados. E tendo feito um chicote de cordas, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambistas, e derrubou as mesas; e disse aos que vendiam pombos: ‘Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda.’ E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me consome.”
João 2, 12-17

No casamento em Caná, João nos transmite o Mistério do sangue. Com a purificação do Templo trata-se do Mistério do corpo. Simbolicamente a purificação do templo significa a purificação do corpo humano. Quando o ser divino de Cristo penetra no corpo humano terrestre, todos os animais e impulsos animalescos devem ser expulsos para que ele possa ser um templo do Espírito Santo. O corpo de Cristo primeiro é purificado e depois através da morte levado à ressurreição. Corpo e templo são a mesma coisa. Esse Mistério é uma preparação para o profundo Mistério da Ressurreição, a superação da morte. O corpo é o nosso templo e sabemos o quanto ele tem sido negligenciado. Ele representa os valores que cultivamos. Porque quais são os valores reais da vida?  O que nos sustenta na vida, o que nos dá coragem em tempos difíceis, o que nos consola na doença e, não menos importante, no encontro com a morte?  Esse é o amor de Deus, o conhecimento de que ele me carrega, aconteça o que acontecer.  Os valores meramente materiais não nos ajudam nesse aspecto, o mundo é implacável e não dá consolo. Mas é diferente com Deus: se o mundo lhe diz que você não vale nada, porque você não cumpre a norma, então Deus diz que seu valor é infinitamente grande porque você é criado à sua semelhança. Se você se sente pequeno por ter sofrido uma derrota, novamente, o amor de Deus diz que seu valor não depende de suas realizações, mas do fato de que Cristo morreu por você. Com todo o dinheiro do mundo, seu valor único não pode ser superado. O corpo é o templo de nossa alma e assim como todos os templos ele deve ser limpo, leve, e emanar vibrações positivas e sagradas. Quando dizemos que a cura está em nossas mentes, significa que tudo que pensamos se materializa em nossa vida e em nosso corpo físico. A expressão do corpo, nada mais é que a linguagem simbólica de como esse milagroso instrumento está funcionando, e como ele é uma unidade, se o que pensamos são vibrações negativas e toxinas psíquicas, automaticamente nosso corpo físico dará sinais de desgastes e desequilíbrios ocasionando as doenças.
Quando adquirimos a consciência que a cura depende da nossa vontade de nos amarmos e nos perdoarmos, começamos um processo de retrocesso; onde olhamos para dentro de nossa alma e por meio desse olhar identificamos a verdadeira causa da enfermidade. Assumimos então a responsabilidade sobre o processo de cura e através de meditações profundas sobre o que podemos mudar em nossos pensamentos, o corpo entrará automaticamente no caminho inverso da doença, adequado para abrigar o espírito curador.

Carlos Maranhão