Reflexão sobre o Evangelho de João, 16 de abril

“Havia alguém dentre os fariseus, chamado Nicodemos, um dos chefes dos judeus. À noite, ele foi se encontrar com Jesus e lhe disse: ‘Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém é capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não está com ele’.
Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer do alto, não poderá ver o Reino de Deus!’
Nicodemos perguntou: ‘Como pode alguém nascer, se já é velho? Ele poderá entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe para nascer?’
Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus.
O que nasceu da carne é carne; o que nasceu do Espírito é espírito.
Não te admires do que eu te disse: É necessário para vós nascer do alto.
O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito’”.
João 3, 1-8

Nicodemos nos precede com a pergunta atualíssima: Como alguém pode nascer do alto se já é velho? Como encontrar o caminho que nos leva do calor amoroso do ventre da mãe cósmica à visão do Reino de Deus?
Nicodemos e Cristo, nos entregam pérolas luminosas para o caminhar na noite escura de nossas almas. De um lado as forças ‘velhas’, do outro a força da água, elemento que descreve a vida. Avançamos mais um degrau no caminho descrito por João evangelista, primeiro reconhecer o corpo físico como templo, agora direcionar a percepção para o corpo da vitalidade. Como cuidamos de nossa vitalidade? Muitas vezes é mais fácil reconhecer o que nos tira a vitalidade. Horas à frente do computador, reuniões exaustivas, trabalhos não cessáveis, pensamentos desgastantes, ambientes anímicos tóxicos…
Tentar equilibrar essas situações com momentos de ‘respiro’, pausas, movimento para o corpo, exercícios de pensamentos positivos e purificação de ambiente, podem paulatinamente despertar em nós a consciência para o corpo vital. Os cuidados dedicados ao corpo da vida, nos aproxima cada vez mais do Ser que nos dá a água da vida. Ao nos acercarmos dele, avançaremos mais um degrau de nosso caminho. Estaremos receptivos ao Espírito, ao sopro divino que insufla nossos pulmões de ar dos desígnios cósmicos e nos liberta do terreno. Liberdade na medida correta de equilíbrio entre matéria e espírito, Terra e céus.
Como o vento que vem e vai, viremos e iremos entrar no Reino de Deus.

Viviane Trunkle