Reflexão sobre o Evangelho de João, 2 de maio

“No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar notou que antes havia aí um só barco e que Jesus não tinha entrado nele com os discípulos, os quais tinham partido sozinhos. Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão percebeu que Jesus não estava aí, nem os seus discípulos, entraram nos barcos e foram procurar Jesus em Cafarnaum. Encontrando-o do outro lado do mar, perguntaram-lhe: ‘Rabi, quando chegaste aqui?’
Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade, vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes saciados. Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois a este, Deus Pai o assinalou com seu selo.’
Perguntaram então: ‘Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?’
Jesus respondeu: ‘A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou.’
Eles perguntaram: ‘Que sinais realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Que obras fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: ‘Deu-lhes a comer o pão do céu.’’
Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade, vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.’
Eles então pediram: ‘Senhor, dá-nos sempre desse pão!’
Jesus lhes disse: ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede. Contudo, eu vos disse que me vistes, mas não credes. Todo aquele que o Pai me dá, virá a mim, e quem vem a mim eu não lançarei fora, porque eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia.
Esta é a vontade do meu Pai: quem vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia.’”

João 6, 22-40

E Jesus disse: “O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.”
“Eu sou o pão da vida.”
Ali estava o Filho de Deus, encarnado em um corpo humano, a ensinar, curar e dar livremente sua vida em sacrifício para sanar a humanidade. O pão da vida entregou-se à morte, desceu ao mundo dos mortos, resgatou as almas humanas que já não ascendiam às alturas espirituais e venceu a morte. Seu corpo transubstanciado ligou-se eternamente à Terra, seu corpo e a Terra são apenas um. O que nos sacia não é mais somente o pão de Deus que desce dos céus à Terra. É o pão que passa pela dor, morte e trevas. É o pão que transmuta a dor, a morte e as trevas. Pois nós vivemos em dor, morte e trevas, aprisionados em um corpo físico, esperançando a redenção. O que nos alimenta é termos o pão da vida como irmão. Cristo caminha à nossa frente em seu corpo ressurrecto. Ao irmos a seu encontro, nunca mais teremos fome. Este caminhar requer ser praticado diariamente.
“Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?” “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou. Quem crê em mim nunca mais terá sede.”
“Porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.” (João 4, 14)
Ao caminharmos em sua direção, ele vem ao nosso encontro e nos alimenta com suas forças – o pão da vida. Ao crermos nele, ele nos dá água viva.
A cada passo de nossa jornada interior rumo ao Cristo, podemos pronunciar como oração: “Senhor, dá-nos sempre desse pão.”
Tomemos tento: dá-nos. Oro também para meus irmãos, para todos que sofrem e talvez não tenham forças para unir as mãos em prece e rezar.

“Senhor dá-nos sempre desse pão.”

Viviane Trunkle