Reflexão sobre o Evangelho de João, 22 de junho

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Todo o ramo em mim, que não dá fruto, o tira; e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como o ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como o ramo, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.
Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Tenho vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.”

João 15,1-11

“Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” A ideia não é produzir frutos, mas permanecer na videira. Quando estamos em Cristo, o fruto vem naturalmente. Se permanecermos em Cristo, daremos frutos. Se não, nos tornamos estéreis. A videira está incompleta sem os galhos. Ele deve ter seus ramos para produzir o fruto. Quando nós permanecemos, Ele produz seu fruto em nós. Não precisamos trabalhar nisso. Não precisamos nos angustiar com isso. Um bom fruto espiritual vem naturalmente da presença em Cristo. Quando permanecemos em Cristo, estamos no centro da vontade de Deus. É impossível permanecer em Cristo e estar fora da vontade de Deus. Podemos sonhar com muitas atividades, com muitas folhas e folhagens verdes, mas nenhum fruto do Espírito se não estivermos ligados à fonte de onde eles emanam. Será que algum dia aprenderemos essa verdade? Nós podemos fazer muitas coisas, podemos produzir muitos programas e atividades, mas tudo dependerá do quanto estamos ligados ao Cristo. É muito difícil, sobretudo em tempos de crise e incertezas, não ter algum grau de ansiedade sobre o futuro. Buscamos nos apegar às poucas coisas que possam nos garantir algum tipo de segurança. Nesses tempos é muito comum sentir medo, pois não sabemos até quando dura a incerteza. Mas se formos sinceros, podemos perceber que nunca houve realmente um tempo para tais certezas. A nossa segurança não está nas coisas do mundo, mas nas forças espirituais que emanam de Deus. Ligados a ele, não há tempestade que nos cause medo. Lembremos disso nesses tempos conturbados, aliás os tempos conturbados vieram justamente para nos lembrarmos disso.

Carlos Maranhão