Reflexão sobre o Evangelho de João 27/3

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai. João deu testemunho dele, e clamou, dizendo: Este é aquele de quem eu disse:
O que vem depois de mim, passou adiante de mim; porque antes de mim ele já existia.”
João 1, 14-15

O que diferencia o Cristianismo de todas as outras religiões, não é tanto o seu conteúdo religioso; é o fato único de que, em Jesus Cristo, um ser divino se encarnou como homem na Terra. Este fato mudou toda a vida espiritual da humanidade. Haviam antes, nas correntes religiosas, a tendência de almejar um caminho espiritual para se libertar da Terra, esperando encontrar a salvação em um mundo meramente espiritual. O fato da encarnação do Cristo trouxe para a humanidade a possibilidade de olhar para a experiência na biografia terrena, como o caminho de aprender, desenvolver a individualidade, espiritualizar o ser humano e a Terra. Com certeza, a atitude espiritual da humanidade anterior ao Cristianismo, de ver a salvação na libertação do ser humano da prisão terrestre, continuou permeando o Cristianismo até a nossa época. Por isso, também dentro do Cristianismo encontramos tendências de ver a salvação em um reino celeste em oposição à existência terrestre. Mas esse não é o verdadeiro impulso do Cristo.
O Cristo se encarnou no Jesus, “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”, para dar um sentido à existência terrena. E o sentido da existência terrena é que podemos aprender: Nós somos os únicos seres encarnados que, a partir das nossas experiências na Terra, podemos aprender e nos desenvolvermos a nós mesmos. E o maior aprendizado que podemos ter surge a partir de um impulso livre e individual de aprender a amar.
De uma forma simples e muito profunda, a essência do Impulso do Cristo é expressa no Ato Dominical para as Crianças:

“Aprendemos para compreender o mundo.
Aprendemos para trabalhar no mundo.
O amor dos homens uns aos outros dá vida a todo trabalho humano.
Sem o amor, a existência humana torna-se desolada e vazia.
Cristo é o mestre do amor humano”

João F. Torunsky