“Carregando a sua cruz, ele saiu para o lugar chamado Calvário (em hebraico: Gólgota). Lá, eles o crucificaram com outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. Pilatos tinha mandado escrever e afixar na cruz um letreiro; estava escrito assim: ‘Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus’. Muitos judeus leram o letreiro, porque o lugar onde Jesus foi crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, em latim e em grego. Os sumos sacerdotes disseram então a Pilatos: ‘Não escrevas: ‘O Rei dos Judeus’, e sim: ‘Ele disse: Eu sou o Rei dos Judeus’’. Pilatos respondeu: ‘O que escrevi, escrevi’.
Depois que crucificaram Jesus, os soldados pegaram suas vestes e as dividiram em quatro partes, uma para cada soldado. A túnica era feita sem costura, uma peça só de cima em baixo. Eles combinaram: ‘Não vamos rasgar a túnica. Vamos tirar sorte para ver de quem será’. Assim cumpriu-se a Escritura: ‘Repartiram entre si as minhas vestes e tiraram a sorte sobre minha túnica’. Foi isso que os soldados fizeram.”
João 19, 17-24
Nos capítulos 18 e 19 do Evangelho de João, Pôncio Pilatos tenta descobrir a verdade sobre o Cristo. Ele conversa com Jesus e com os judeus. Sua busca passa pela pergunta: “O que é a verdade?”, segue ao reconhecer o “Ecce homo” e chega até a frase do letreiro na cruz. Nesse caminho Pilatos descobre pelo menos uma parte do ser do Cristo. Ele tenta liberá-lo, mas não tem a força de se opor aos judeus. Ele não tem a segurança interior para transformar em ação sua percepção da verdade. Só no final deste processo, ele pronuncia a frase, manda colocar o letreiro na cruz e mantém sua decisão.
Podemos seguir o caminho de Pilatos e procurar a verdade através da força do pensar e do sentir. Pouco a pouco descobriremos partes da verdade universal. Mas o exemplo de Pilatos nos mostra que precisamos de uma terceira força: a força da vontade.
A busca da verdade ganha sentido ao permear nossa vida e mudar nossas ações. Ao conseguirmos trazê-la para a Terra e para o nosso dia a dia. Ao colocarmo-la em prática. Este pode ser um caminho árduo e solitário, porque precisamos mudar nossos hábitos e pensamentos. Só é possível nos transformar e não ao outro. Os passos que conseguirmos fazer, em sua maioria, serão pequenos. Mas podemos ter a certeza da ajuda das forças espirituais nesse caminho.
Julian Rögge