Procurando continuamente o equilíbrio entre o espírito e a matéria para seguir o caminho em direção à Liberdade e ao Amor.
Com a Santa Ceia, na Quinta-feira Santa, o Cristo Jesus inaugurou o culto cristão, a missa. Ele tomou o pão e o vinho, e os deu aos seus discípulos como seu corpo, como seu sangue. Desde então toda a cristandade celebra a missa, e assim também na Comunidade de Cristãos com o nome de Ato de Consagração do Homem. Esta denominação é como a descrição daquilo que o culto cristão almeja ser no futuro.
Consagrar significa que algo, ou alguém, aqui na terra se ligue com a sua essência original, espiritual, divina. Nós nos encarnamos aqui na terra. Mas em todo processo de encarnação ocorre dois riscos: de se ligar demais com a terra e perder a relação com o divino, ou de não se ligar o suficiente com a terra perdendo a oportunidade de se desenvolver como individualidade.
No equilíbrio entre o espírito e a matéria está a qualidade humana. Somente neste equilíbrio podemos nos individualizar e nos tornarmos livres, mas ao mesmo tempo aprender a amar superando o egoísmo. Ao nos encarnarmos demais podemos nos individualizar formando uma liberdade egoísta. Não se encarnar o suficiente pode nos ligar com a fonte do amor, mas não nos tornamos seres individuais, livres.
Cristo se encarnou e trouxe para a humanidade o impulso da Liberdade e do Amor. Com as forças que formam o seu corpo ele fortalece em nós o impulso de nos encarnarmos e nos individualizarmos. Com as forças que formam o seu sangue ele fortalece em nós o impulso de nos tornarmos individualidades que em liberdade querem superar o egoísmo e aprender a amar.
No sacramento da eucaristia pão e vinho são consagrados com estas forças do corpo e do sangue de Cristo, tornando-se assim para nós um medicamento, e com as forças do Cristo nós possamos consagrar o nosso ser humano e sempre mais encontremos o equilíbrio entre o espírito e a matéria, e seguir assim o caminho em direção à Liberdade e ao Amor.