Reflexão para Domingo 16 de março de 2025

 

Referente à perícope do Evangelho de Lucas 11, 29-36

Nunca é fácil reconhecer os sinais dos céus, seja o de Jonas em sua época, seja o de Cristo mais tarde. Tínhamos, e temos cada vez mais, a tarefa de desenvolver nossa liberdade e reconhecer, em liberdade, os sinais dos céus.

Não haverá um sinal glorioso ou muito visível. Encontraremos nos céus os sinais mais sutis: em uma vivência no Ato de Consagração do Homem, em uma oração ou no encontro com um ser humano, em uma providência do destino ou depois de passamos por uma crise. Alguns sinais só perceberemos na retrospectiva.

Depende de nós estarmos atentos e reconhecemos os sinais dos céus. O Cristo quer despertar essa atenção em nós. Assim, ele pode se revelar através desses sinais.

Julian Rögge

Reflexão para o domingo, 2 de março

Referente à perícope do Evangelho de Mateus 17, 1-9

No mundo terreno, a luz do sol, que tudo ilumina, permite-nos ver o que antes estava envolto em escuridão. Essa imagem é uma metáfora perfeita para o nosso processo de cognição: a luz do espírito ilumina nossa alma, permitindo-nos enxergar o que antes não víamos e compreender o que antes não compreendíamos.
No Evangelho de Mateus, no alto de uma montanha, Pedro, Tiago e João veem algo que até então lhes estava oculto: Cristo transfigurado, seu rosto brilhando como o sol, suas vestes resplandecendo como a luz. Eles já caminhavam com Jesus, já haviam ouvido suas palavras e testemunhado seus milagres, mas ainda não haviam enxergado plenamente quem Ele era. Quando veem Moisés e Elias ao seu lado, Pedro sugere erguer tendas para os três, como se fossem iguais em estatura espiritual. É então que a voz de Deus ressoa, assim como no batismo: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a Ele ouvi!” A visão desaparece, e resta apenas Jesus. Essa experiência não foi uma mera visão gloriosa, mas uma correção da percepção dos discípulos. Moisés e Elias foram servos de Deus, precursores de Jesus Cristo, mas este é a própria plenitude da revelação divina. O que os discípulos viram no monte não era um Jesus diferente, mas o mesmo que já conheciam, agora iluminado pela luz da verdade.
E aqui nos perguntamos: será que também precisamos dessa correção? Vivemos em um tempo onde a fé se dilui entre tantas vozes, onde Cristo é muitas vezes colocado ao lado de outros grandes mestres, como se fosse apenas mais um entre tantos. Pode ser que não o comparemos com Moisés ou Elias, mas talvez o tratemos como um sábio moralista, um líder inspirador, um símbolo entre outros. A transfiguração nos chama a perguntar: vemos Cristo como Ele é, ou apenas como gostaríamos que fosse? No alto da montanha, a luz revelou a verdade. No vale da vida cotidiana, essa revelação precisa transformar nossa visão. Não basta admirar Cristo ou reconhecê-lo como um grande mestre; é preciso ouvi-lo, segui-lo e deixar que sua luz nos ilumine. Pois, no fim, quando todas as outras vozes se dissipam, não vemos mais ninguém, senão Jesus.

Carlos Maranhão

Reflexão para o domingo, 23 de fevereiro

Referente à perícope do Evangelho de Mateus 4, 1-11

Quanto maior a graça, maior a responsabilidade da humanidade em relação ao mundo espiritual. Quanta substância, força e sabedoria o ser humano em sua existência recebeu do mundo espiritual para que se tornasse um ser livre. Muitos ciclos de desenvolvimento, muito tempo se passou até que, na virada dos tempos, a força divina despertou na alma humana.
Nem tudo foi bom nesse desenvolvimento, porque, para se tornar livre, o ser humano teve que separar a sua vida da vida cósmica divina. Foi assim que ele abriu os portões para a atuação do mal, dos seres adversos.
Enfim chegou a hora em que a humanidade deveria tomar o curso do desenvolvimento em suas próprias mãos, a hora de assumir sua própria responsabilidade para o futuro. Para isso, ela teria que enfrentar e superar as forças do mal que até então haviam atuado sobretudo em sua corporalidade, em sua natureza terrena. Em sua alma e espírito o ser humano poderia se tornar livre para superar o mal. Sua natureza anímico-espiritual recém desperta teria que se tornar mais forte do que as exigências puramente físicas, corporais. Mas ela ainda estava muito frágil por dentro.
Foi quando o Pai enviou o Filho ao mundo. O Filho de Deus só conseguiu encontrar uma morada em um ser humano muito especial, para isso preparado. Em Jesus o Filho de Deus encontrou uma morada. O batismo no Jordão pode ser visto como a concepção de um novo ser espiritual, o Filho do Homem, que surgiu pela atuação do Filho de Deus em Jesus, transformando e superando assim sua natureza terrena e transitória.
Depois do batismo, Jesus Cristo foi enviado pelo Espírito para os lugares e situações em que se manifesta o mal. O Filho de Deus pôde superar as tentações, primeiro se confessando a Deus e enfim pelo seu próprio sacrifício na Cruz.
Toda a humanidade pode agora, desde batismo até a ressurreição, testemunhar a transformação da natureza mortal de Jesus, a vitória definitiva sobre o mal e a morte. Assim um germe do espírito foi colocado em cada coração humano, para que seja iluminado pela consciência espiritual individual, para que cresça e evolva. Desde a criação, nenhuma graça maior foi concedida à humanidade!
Essa consciência espiritual vai se formando e se intensificando quando em devoção, na época da Paixão, podemos consumar com Jesus seu ato de sacrifício e amor. A vontade de nos juntarmos a Ele vai crescendo em nós. Nosso coração vai se permeando cada vez mais com sua vida, sua luz e amor. Assim cresce em nós o germe espiritual, a força para, como Ele, aceitar e superar os enormes desafios de nosso tempo. Cresce em nós a disposição para nos confrontarmos com o mal, com os mais profundos e escuros abismos da alma humana para poder levar para lá a luz e a vida da ressureição.

Helena Otterspeer

Reflexão para o domingo, 16 de fevereiro

Referente à perícope do Evangelho de Lucas 18, 18-34

“Ninguém é bom senão Deus”

Cristo rejeita ser chamado “bom Mestre”. Ele não se considera bom. Só Deus é totalmente bom.

Faz parte da vida humana na Terra estar entre as forças do bem e do mal. Precisamos nos equilibrar entre as potências do mal para podermos fazer o bem. Essas forças são necessárias para o nosso desenvolvimento. Elas servem também para o desenvolvimento do mundo.

Cristo caminha à nossa frente nesse estreito caminho entre as forças adversas. Ele nos guia e nos acompanha a cada passo dado nesse caminho. Ao final dessa trilha, encontraremos a vida eterna.

Julian Rögge

Reflexão para o domingo, 9 de fevereiro

Referente à perícope do Evangelho de Mateus 20, 1-16 

 No desenvolvimento embrionário humano, o coração é praticamente o primeiro órgão que começa a funcionar, logo que se forma. As células do músculo cardíaco (o chamado miocárdio), já no 21º dia após a fecundação, começam a se contrair ininterruptamente – na conhecida alternância entre sístole e diástole – e prosseguem, sem pausa, até o último dia de nossas vidas!
Nosso sistema nervoso se forma também relativamente cedo. Contudo suas funções vão amadurecendo bem gradativamente, mesmo após o nascimento, necessitando tempo para chegar ao total desenvolvimento. Sabemos que a capacidade cognitiva mais elevada só se alcança no final da infância e início da vida adulta.
Sabemos também que com o passar dos anos, o sistema nervoso envelhece gradativamente e, em muitos casos, aparecem nítidos sinais de declínio intelectual, esquecimentos e redução da capacidades para aprender coisas novas.
Algo similar ocorre também com o sistema reprodutor. Nascemos com órgãos e glândulas formados, mas não estão maduros para sua função. Eles só desabrocharão na puberdade e permanecerão ativos apenas por um período limitado da vida, pois é natural que o ser humano perca suas capacidades reprodutivas nas fases mais avançadas da vida.
Tanto o sistema nervoso, quanto o reprodutor encontram-se nas extremidades: no polo consciente da cabeça, que coroa a coluna vertebral de um lado, e no polo metabólico do outro, na parte mais inferior deste mesmo eixo de sustentação do organismo.
Temos aqui dois sistemas orgânicos que estão nos pontos extremos, na “periferia” do corpo.
O coração, ao contrário, é um órgão central, encontra-se no “meio” de nosso organismo.
Talvez pudéssemos dizer que quanto mais próximo ao “meio” um sistema ou órgão se encontre, tanto mais sua função, seu trabalho, se inicia precocemente e se estende por mais tempo durante a vida (pulmões, rins, fígado etc.).
Ao contrário, órgãos que estão mais “periféricos” começam a desempenhar sua função, seu trabalho, mais tarde e tendem a encerrá-lo mais cedo.
Órgãos do “meio” trabalham por toda a jornada da vida. Órgãos da “periferia” são convocados para trabalhar somente mais tarde e para uma jornada mais curta.
Mas todos servem a um único organismo. Não há como valorizar mais uma função do que outra. Para a unidade do organismo o que importa é o trabalho conjunto, que promove a saúde.
Aqui vale: os que começam a “trabalhar” por último, serão os primeiros a encerrar sua atividade; os que iniciaram seu “trabalho” primeiro, serão os últimos a cessar!
Mas o foco é o organismo como um todo.
Também nesta parábola do Evangelho de Mateus, Cristo nos aponta esta unidade, através da imagem do denário, que correspondia à medida para uma jornada diária de trabalho na vinha, que aqui se torna imagem para a vida.
Nossa vida nos é dada como a oportunidade para trabalhar em nossa vinha (nossa biografia). Haverá situações em que temos que nos esforçar diariamente, o tempo todo, sem interrupção, pois delas depende nossa própria existência.
Haverá outras, entretanto, que realizaremos por um período menor ou até mesmo por um breve lapso de tempo.
Tudo isto, contudo, contribui para nossa vida, para a unidade de nosso ser: um denário!
A questão que se apresenta, portanto, é: como aprendemos a discernir (e também a escolher) o que pertence mais ao “meio”, que carrega nossa existência do início ao fim, e o que pode ser deslocado para a “periferia”. O que não significa que tais coisas não seja importantes, mas que tem um tempo limitado em nossa biografia.
Do ponto de vista orgânico não é difícil fazer este discernimento: precisamos comer, dormir, realizar atividades com nosso corpo e outras coisas mais. Por outro lado, podemos escolher se neste ou naquele momento queremos nos dedicar a uma vivência artística ou de lazer, ou se intensificamos nosso esforço por um tempo para aprender alguma nova habilidade.
Como é então com o cultivo da vida interior? Pertence ao âmbito do “meio” ou à “periferia”?
Orar, meditar, refletir são atividades que pertencem a um breve período da vida ou podem ser, cada vez mais, deslocadas para o “meio”, para o que é essencial e duradouro em nossa existência?
Talvez pudéssemos tomar esta parábola como ajuda para refletir neste ponto!

Renato Gomes

Reflexão para o domingo, 2 de fevereiro

Referente à perícope do Evangelho de João 5, 1-16 

Em um lago calmo, as águas parecem paradas. A superfície reflete o céu como um espelho, sem nenhuma alteração. Mas, no fundo, tudo está estagnado: as folhas caídas se decompõem lentamente, e a água, sem movimento, fica turva. Somente quando o vento sopra ou a chuva cai, a água é agitada e renovada.
É assim que fica a nossa alma quando a deixamos na passividade. Acostumamo-nos à inércia, às nossas feridas, à rotina das nossas limitações.
No Evangelho de João, Jesus encontra um homem doente perto de um lago. Durante 38 anos ele esperou por um milagre, mas nunca deu o passo decisivo. Então Jesus lhe perguntou: “Você quer ser curado?” A questão é intrigante. Quem não gostaria de ser curado? Mas Jesus não fala apenas do seu corpo, mas do seu coração.
Existem duas condições para a cura: primeiro, reconhecer que estamos doentes. Às vezes, preferimos permanecer no que é conhecido, mesmo que isso nos machuque. Segundo, confiar na força de Cristo para nos levantar. Jesus não lhe dá longas explicações, apenas lhe diz: “Levanta-te, pega o teu leito e anda.” E o homem, sem hesitar, obedece. O milagre começa quando ele ousa acreditar. Antes que ele se mova fisicamente, seu interior já mudou.
Hoje, Jesus nos pergunta a mesma coisa: “Você quer ser curado?” E nos convida a sair da nossa passividade, a deixar de ser como água estagnada. Sua palavra é como o vento que nos desperta e nos move. Ele nos diz: “Levante-se e ande.” A decisão é nossa.

 Carlos Maranhão

Reflexão para o domingo, 12 de janeiro

Referente à perícope do Evangelho de Mateus 2, 1-12

Os reis são guiados pela estrela até o menino Jesus que se torna o Cristo. Eles têm a sabedoria de reconhecer esse sinal dos céus e de segui-lo. Depois de encontrar Jesus e a sua família, eles o adoraram e lhe ofereceram as suas dádivas.
Em cada um de nós também há uma estrela guia. Precisamos aprender a reconhecê-la e segui-la. Assim, ela nos guia para as metas e encontros da nossa vida.
A nossa estrela também indica o caminho para nosso encontro com o Cristo. Como chegaremos perante ele? Teríamos presentes para oferecer, como os reis? Durante a vida, temos a possibilidade de preparar essas dádivas. As qualidades do ouro, do incenso e da mirra nos indicam o caminho para a preparação dos presentes para o encontro com o Cristo.

Julian Rögge

Reflexão para o dia de Reis, 6 de janeiro

Em muitos presépios, os reis só aparecem a partir do dia 1º de janeiro. Eles se põem a caminho na busca da sagrada criança. Um sinal nas estrelas, uma constelação especial anunciou uma nova era na Terra para toda a humanidade. Uma nova força cósmico- divina se manifestou na Terra vinda das alturas, anunciada por acontecimentos cósmicos: um nascimento virginal, divino.
As luzes do Natal nos trazem à consciência que a alma humana está intimamente ligada a esse acontecimento cósmico e terreno.
O que queriam os magos do Oriente quando na manjedoura ofertaram as dádivas da sabedoria divina no ouro, da virtude no incenso e da imortalidade na mirra? Ao fazê-lo testemunharam concretamente que haviam entendido a mensagem das estrelas: as forças que anteriormente fluíam do Cosmos para a Terra não mais poderiam ser percebidas e acolhidas simplesmente olhando para o Cosmos, para as constelações das estrelas. Mostraram que no futuro seria necessário que cada ser humano comece agora a olhar sobretudo para o que está a acontecer no desenvolvimento histórico, social e moral da humanidade, na própria Terra.
Através do Cristianismo, os segredos do mundo e da história mundial se tornaram qualitativamente relacionados com curso do ano cristão, com as festas cristãs, sobretudo com o Natal e a Páscoa. O que, na virada dos tempos, aconteceu através do nascimento virginal à luz do Natal e se desenvolveu em 33 anos até a Páscoa, agora moldará a história da humanidade no futuro.
A antroposofia, a ciência espiritual nos incentiva a olhar os acontecimentos nos ciclos de 33 anos passados para compreender a atualidade. No futuro, a história poderia vir a ser compreendida analisando os acontecimentos passados nos ciclos de 33 anos. Isso também significa que o Cristo atua, acompanhando a humanidade nos impulsos espirituais que são iniciados na Terra. Por outro lado, pode-se também dizer que, se por indiferença, ignorância ou comodidade o ser humano não assume sua responsabilidade diante dos acontecimentos, ou até mesmo se deixa levar por interesses puramente terrenos e destrutivos, então também poderá esperar as graves consequências de sua atuação em 33 anos.
Nestes tempos desafiantes, cada um é chamado a gerar novos impulsos sob a luz do Natal e a desenvolver uma nova compreensão do que realmente está a acontecer no plano social e moral. Aquilo que for gerado por uma consciência espiritual sob a luz do Natal poderá celebrar a sua Páscoa em 33 anos. Assim, Jesus Cristo caminhará com a humanidade na direção da sua meta espiritual até o final do desenvolvimento da Terra.
A história se tornará cada vez mais o curso do caminho de desenvolvimento do ser humano para, com Cristo, se tornar um Espírito entre Espíritos.

(Ideias relacionadas com a palestra de Rudolf Steiner: Et incarnatus est… Os ciclos dos acontecimentos históricos, do dia 23/12/1917, na Basiléia.)

Helena Otterspeer

Reflexão para o domingo, 29 de dezembro

Referente à perícope do Evangelho de João 1, 1-18

Cada palavra
tem três capas.
Três capas envolvem
as palavras.

A primeira é azul
Ela envolve a palavra
num calmo tom anil,
quiçá também um pouco frio.
Essa capa nos ajuda
a compreender,
na mente,
a palavra
para que,
com o distanciamento necessário,
possamos refletir com calma
sobre o seu significado.
Isso é o que a capa azul faz com a palavra

Logo abaixo dessa,
a palavra tem uma segunda capa
Ela está tingida de vermelho ardente.
Quando conseguimos nos aprofundar
até seu calor flamejante,
então encontramos
as emoções,
os sentimentos,
que a palavra
também alberga em si.

Cada palavra humana
pronunciada,
não se dirige apenas à razão,
mas quer falar
também à alma.

A palavra com sua capa azul
fala bem para a cabeça.
A palavra envolta em sua capa vermelha
sussurra diretamente ao coração.

Mas há ainda uma terceira capa.
Ela se encontra posta bem justa à palavra.
Nem sempre é possível vislumbrá-la,
pois essa capa mais interior,
frequentemente
permanece oculta pelas duas outras.

Se tivermos sorte,
num piscar de olhos,
num instante fugaz
ela surge
brilhando,
dourada-reluzente,
através das fendas
entreabertas
das outras duas.

Três capas possui a palavra:
para a razão, a azul;
para o coração, a vermelha
e a outra,
a amarelo-ouro,
é a que se revela,
apenas ocasionalmente,
para o espírito livre.

Se faltar à palavra
uma destas capas,
então a palavra
não durará muito.
Mais cedo ou mais tarde
passará.

Mas se a palavra,
O Logos-Palavra,
Ele mesmo,
se manifestar
– tríplice –
em azul, vermelho e amarelo,
então pode o mundo
vir a passar;
mas a Sua Palavra,
que fala à mente,
ao coração
e ao espírito,
esta palavra
se preservará.

Renato Gomes

Reflexão para o domingo, 22 de dezembro

Referente à perícope do Evangelho de Lucas 1, 39-56.

A história de Maria revela um potencial oculto que irrompe no mundo. Seu “Magnificat”, uma canção de louvor, proclama a grande transformação. Começa com Maria visitando Isabel, onde ambas as mulheres carregam gestações milagrosas, sinais do poder transformador de Deus. Quando Maria cumprimenta Isabel, seu filho salta de alegria, e os propósitos do céu são revelados: o passado profético encontra o futuro divino, e a bênção de Isabel reverbera na canção de Maria. O “Magnificat” é uma declaração revolucionária de um mundo transformado pela graça de Deus. Maria se alegra na misericórdia de Deus, reconhecendo sua humildade como condição para a ação divina. Suas palavras revelam um Deus que eleva os humildes, satisfaz os famintos e transforma o mundo por meio do amor e da misericórdia. Como uma semente que brota, o reino de Deus começa no pequeno e oculto, mas cresce para renovar todas as coisas. A canção de Maria proclama a fidelidade de Deus e nos chama a confiar e agir. À medida que Deus eleva os humildes e sacia os famintos, somos chamados a magnificá-Lo não apenas em louvor, mas por meio de vidas de misericórdia e justiça, o que só se tornou possível com a vinda do filho que estava em seu ventre. Neste Natal, que a canção de Maria nos inspire a ser instrumentos do amor de Deus, trazendo vida e paz a um mundo em convulsão para transformá-lo.


Carlos Maranhão